Procura pelo procedimento aumentou no Brasil; mas ainda há riscos
Depois da mama, do peitoral masculino e dos glúteos, o silicone na panturrilha é a cirurgia plástica da vez. A procura pelo procedimento, embora tímida se comparada às próteses de mama, tem aumentado nos últimos anos. Ivan Abadesso, cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, conta sobre o aumento em sua clínica.
- Foi do nada, por volta de 2006, para 30 [cirurgias] ao ano. A maioria delas feitas em mulheres e por motivos estéticos.
Pesquisa realizada pelo Ibope mostrou que mais de 2370 brasileiros colocaram silicone nas panturrilhas no ano passado. De acordo com a Silimed, fabricante de implantes de silicone na América Latina, a procura por essas próteses cresceu 15% entre 2008 e 2009.
estudante Sandra Freitas, 31 anos, faz parte das estatísticas. Ela estava extremamente insatisfeita com a finura das “batatas” de sua perna e, há dois meses, completados em 30 de setembro, tomou coragem e colocou 140 ml de silicone em cada uma das panturrilhas.
- Minhas panturrilhas eram desproporcionais em relação ao corpo. Isso tirava a minha liberdade na hora de escolher as roupas. Vi uma entrevista com uma ex-BBB falando que tinha colocado silicone nas panturrilhas [refere-se a Thaís Macedo, participante da sexta edição do reality show]. Pesquisei, soube que existia no Brasil e fui atrás.
O procedimento
A aplicação das próteses nas panturrilhas, de acordo com os médicos, é relativamente simples. Guardadas as diferenças básicas, como a região (que responde de maneira diferente), o material e o formato do gel de silicone, o procedimento assemelha-se ao do implante de prótese na região mamária. Segundo Abadesso, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o paciente fica, em média, uma hora no centro cirúrgico e passa um dia internado em observação, por questões de segurança.
- São quatro ou cinco dias de repouso. Após dez dias, no geral, ele já pode retomar atividades como dirigir um carro. Voltar às atividades físicas demora um pouco mais, entre 30 e 45 dias. É importante ressaltar a importância de se consultar um bom médico e de realizar o procedimento em hospitais com todo o aparato necessário. Para colocar a prótese, que varia entre 140 e 180 ml, faz-se um corte de 3 a 4 cm na parte posterior da dobra do joelho. A cicatriz, afirma Abadesso, fica praticamente imperceptível após seis meses. A cirurgia, com material e todas as despesas médicas inclusas, pode chegar a R$ 12 mil.
Os riscos
Apesar de a procura pelo procedimento ter crescido relativamente nos últimos anos, é importante registrar seus contratempos. O cirurgião plástico Augusto Cesar de Aguiar Teixeira, também membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, ressalta que pode haver imprevistos no decorrer do processo.
- Existe uma margem grande de segurança [no procedimento]. Mas as pessoas precisam entender que a prótese de silicone é um corpo estranho e, como todo corpo estranho, pode ter seus inconvenientes.
Sandra, a estudante que colocou próteses há dois meses, diz que sua recuperação não foi nada fácil.
- Fiquei quase um mês de cama e doeu muito, muito mesmo. Eu até queria colocar mais, pois acho que 140 ml não foram suficientes, mas só de pensar no que passei, não sei se teria coragem.
Além da dor, já que se trata de uma região muscular, existem outros riscos. Luiz Eduardo Felipe Abla, professor de cirurgia plástica da Unifesp (Universidade de São Paulo), diz que existem poucos estudos sobre o silicone nas panturrilhas e que os riscos não devem ser minimizados.
- A pele da perna, por exemplo, é muito mais fina [que a das mamas] e tem pouco tecido. Um trauma simples pode expor a prótese.
Se for jogar tênis, andar de bicicleta, qualquer coisa, vai precisar de atenção redobrada.
O médico, que afirma não realizar o procedimento nem por uma fortuna, explica que até mesmo uma viagem de avião representa perigo. Como os compartimentos da panturrilha têm espaços restritos a possíveis expansões, um simples inchaço pode causar problemas para quem tem uma prótese na região.
- Isso pode evoluir para uma isquemia, uma embolia, uma necrose. Os cuidados passam a ser rigorosíssimos. E tudo isso precisa ser explicado ao paciente, que deve seguir à risca as orientações médicas.
sábado, 9 de outubro de 2010
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sábado, 9 de outubro de 2010
Veja prós e contras do silicone na panturrilha
Procura pelo procedimento aumentou no Brasil; mas ainda há riscos
Depois da mama, do peitoral masculino e dos glúteos, o silicone na panturrilha é a cirurgia plástica da vez. A procura pelo procedimento, embora tímida se comparada às próteses de mama, tem aumentado nos últimos anos. Ivan Abadesso, cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, conta sobre o aumento em sua clínica.
- Foi do nada, por volta de 2006, para 30 [cirurgias] ao ano. A maioria delas feitas em mulheres e por motivos estéticos.
Pesquisa realizada pelo Ibope mostrou que mais de 2370 brasileiros colocaram silicone nas panturrilhas no ano passado. De acordo com a Silimed, fabricante de implantes de silicone na América Latina, a procura por essas próteses cresceu 15% entre 2008 e 2009.
estudante Sandra Freitas, 31 anos, faz parte das estatísticas. Ela estava extremamente insatisfeita com a finura das “batatas” de sua perna e, há dois meses, completados em 30 de setembro, tomou coragem e colocou 140 ml de silicone em cada uma das panturrilhas.
- Minhas panturrilhas eram desproporcionais em relação ao corpo. Isso tirava a minha liberdade na hora de escolher as roupas. Vi uma entrevista com uma ex-BBB falando que tinha colocado silicone nas panturrilhas [refere-se a Thaís Macedo, participante da sexta edição do reality show]. Pesquisei, soube que existia no Brasil e fui atrás.
O procedimento
A aplicação das próteses nas panturrilhas, de acordo com os médicos, é relativamente simples. Guardadas as diferenças básicas, como a região (que responde de maneira diferente), o material e o formato do gel de silicone, o procedimento assemelha-se ao do implante de prótese na região mamária. Segundo Abadesso, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o paciente fica, em média, uma hora no centro cirúrgico e passa um dia internado em observação, por questões de segurança.
- São quatro ou cinco dias de repouso. Após dez dias, no geral, ele já pode retomar atividades como dirigir um carro. Voltar às atividades físicas demora um pouco mais, entre 30 e 45 dias. É importante ressaltar a importância de se consultar um bom médico e de realizar o procedimento em hospitais com todo o aparato necessário. Para colocar a prótese, que varia entre 140 e 180 ml, faz-se um corte de 3 a 4 cm na parte posterior da dobra do joelho. A cicatriz, afirma Abadesso, fica praticamente imperceptível após seis meses. A cirurgia, com material e todas as despesas médicas inclusas, pode chegar a R$ 12 mil.
Os riscos
Apesar de a procura pelo procedimento ter crescido relativamente nos últimos anos, é importante registrar seus contratempos. O cirurgião plástico Augusto Cesar de Aguiar Teixeira, também membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, ressalta que pode haver imprevistos no decorrer do processo.
- Existe uma margem grande de segurança [no procedimento]. Mas as pessoas precisam entender que a prótese de silicone é um corpo estranho e, como todo corpo estranho, pode ter seus inconvenientes.
Sandra, a estudante que colocou próteses há dois meses, diz que sua recuperação não foi nada fácil.
- Fiquei quase um mês de cama e doeu muito, muito mesmo. Eu até queria colocar mais, pois acho que 140 ml não foram suficientes, mas só de pensar no que passei, não sei se teria coragem.
Além da dor, já que se trata de uma região muscular, existem outros riscos. Luiz Eduardo Felipe Abla, professor de cirurgia plástica da Unifesp (Universidade de São Paulo), diz que existem poucos estudos sobre o silicone nas panturrilhas e que os riscos não devem ser minimizados.
- A pele da perna, por exemplo, é muito mais fina [que a das mamas] e tem pouco tecido. Um trauma simples pode expor a prótese.
Se for jogar tênis, andar de bicicleta, qualquer coisa, vai precisar de atenção redobrada.
O médico, que afirma não realizar o procedimento nem por uma fortuna, explica que até mesmo uma viagem de avião representa perigo. Como os compartimentos da panturrilha têm espaços restritos a possíveis expansões, um simples inchaço pode causar problemas para quem tem uma prótese na região.
- Isso pode evoluir para uma isquemia, uma embolia, uma necrose. Os cuidados passam a ser rigorosíssimos. E tudo isso precisa ser explicado ao paciente, que deve seguir à risca as orientações médicas.
Depois da mama, do peitoral masculino e dos glúteos, o silicone na panturrilha é a cirurgia plástica da vez. A procura pelo procedimento, embora tímida se comparada às próteses de mama, tem aumentado nos últimos anos. Ivan Abadesso, cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, conta sobre o aumento em sua clínica.
- Foi do nada, por volta de 2006, para 30 [cirurgias] ao ano. A maioria delas feitas em mulheres e por motivos estéticos.
Pesquisa realizada pelo Ibope mostrou que mais de 2370 brasileiros colocaram silicone nas panturrilhas no ano passado. De acordo com a Silimed, fabricante de implantes de silicone na América Latina, a procura por essas próteses cresceu 15% entre 2008 e 2009.
estudante Sandra Freitas, 31 anos, faz parte das estatísticas. Ela estava extremamente insatisfeita com a finura das “batatas” de sua perna e, há dois meses, completados em 30 de setembro, tomou coragem e colocou 140 ml de silicone em cada uma das panturrilhas.
- Minhas panturrilhas eram desproporcionais em relação ao corpo. Isso tirava a minha liberdade na hora de escolher as roupas. Vi uma entrevista com uma ex-BBB falando que tinha colocado silicone nas panturrilhas [refere-se a Thaís Macedo, participante da sexta edição do reality show]. Pesquisei, soube que existia no Brasil e fui atrás.
O procedimento
A aplicação das próteses nas panturrilhas, de acordo com os médicos, é relativamente simples. Guardadas as diferenças básicas, como a região (que responde de maneira diferente), o material e o formato do gel de silicone, o procedimento assemelha-se ao do implante de prótese na região mamária. Segundo Abadesso, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o paciente fica, em média, uma hora no centro cirúrgico e passa um dia internado em observação, por questões de segurança.
- São quatro ou cinco dias de repouso. Após dez dias, no geral, ele já pode retomar atividades como dirigir um carro. Voltar às atividades físicas demora um pouco mais, entre 30 e 45 dias. É importante ressaltar a importância de se consultar um bom médico e de realizar o procedimento em hospitais com todo o aparato necessário. Para colocar a prótese, que varia entre 140 e 180 ml, faz-se um corte de 3 a 4 cm na parte posterior da dobra do joelho. A cicatriz, afirma Abadesso, fica praticamente imperceptível após seis meses. A cirurgia, com material e todas as despesas médicas inclusas, pode chegar a R$ 12 mil.
Os riscos
Apesar de a procura pelo procedimento ter crescido relativamente nos últimos anos, é importante registrar seus contratempos. O cirurgião plástico Augusto Cesar de Aguiar Teixeira, também membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, ressalta que pode haver imprevistos no decorrer do processo.
- Existe uma margem grande de segurança [no procedimento]. Mas as pessoas precisam entender que a prótese de silicone é um corpo estranho e, como todo corpo estranho, pode ter seus inconvenientes.
Sandra, a estudante que colocou próteses há dois meses, diz que sua recuperação não foi nada fácil.
- Fiquei quase um mês de cama e doeu muito, muito mesmo. Eu até queria colocar mais, pois acho que 140 ml não foram suficientes, mas só de pensar no que passei, não sei se teria coragem.
Além da dor, já que se trata de uma região muscular, existem outros riscos. Luiz Eduardo Felipe Abla, professor de cirurgia plástica da Unifesp (Universidade de São Paulo), diz que existem poucos estudos sobre o silicone nas panturrilhas e que os riscos não devem ser minimizados.
- A pele da perna, por exemplo, é muito mais fina [que a das mamas] e tem pouco tecido. Um trauma simples pode expor a prótese.
Se for jogar tênis, andar de bicicleta, qualquer coisa, vai precisar de atenção redobrada.
O médico, que afirma não realizar o procedimento nem por uma fortuna, explica que até mesmo uma viagem de avião representa perigo. Como os compartimentos da panturrilha têm espaços restritos a possíveis expansões, um simples inchaço pode causar problemas para quem tem uma prótese na região.
- Isso pode evoluir para uma isquemia, uma embolia, uma necrose. Os cuidados passam a ser rigorosíssimos. E tudo isso precisa ser explicado ao paciente, que deve seguir à risca as orientações médicas.
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